Manifesto Conceptual

Cristalizar o exacto momento da explosão. Tornar a essência do meu processo criativo em formas concretas.
(Mind)blowing é a forma física do que acontece dentro do meu cérebro quando conceptualizo uma nova visão. Continuamente. Um único ponto que desenha uma linha, e partir dessa linha, outra e outra.
Uma e outra vez até que uma breve ideia se transforma numa complexa estrutura multidimensional. Uma galáxia de possibilidades e possíveis pontos de fuga. E tudo acontece tão rápido. Tudo explode. Tudo se incendeia. Uma insistente, persistente, furiosa sequência de imagens vindas do meu cérebro projectadas nos meus olhos.
É isto que (Mind)blowing tenta captar numa precisa figura. Se a minha ambição é um átomo, a minha visão é outro átomo. Ambos viajam continuamente num buraco-negro, um contra o outro, até à colisão final. Tantos átomos por todo o lado...
Ali bem no centro, está o que eu sou. O que eu quero ser. O que (Mind)blowing é: energia/antimatéria/gravidade/poder/sombra/luz. Uma luz “mais brilhante do que mil sóis” e que aumenta a sua energia de dia para dia. Um encontro entre as forças da escuridão e da claridade, a exposição dos efeitos de tal encontro.
Através do uso de diferentes materiais, exploro incessantemente aquilo que já ambicionava com Poliedro: conexões, interacções, nós, ângulos, mas acima do tudo, o efeito do meu processo sináptico projectado do interior para o exterior da consciência colectiva. Esta é a síntese do meu trabalho, e simultaneamente da sua complexidade: um fogo constante que nunca se extingue. Um fogo que eu alimento com o meu sopro, para o manter em alta, para me manter em alta.
Considerando o quanto frenético tudo isto é (Mind)blowing representa uma acalmia. Não no processo, mas na sua exibição ao público. Para que seja visível.
Francesco Zavattari